A minha dor me invade.
Buraco no peito. Sensação de fracasso. Pele arrepiada. Cabeça pesada. Estomago embrulhado. Frio. Calor. Crise. Suor. Vazio. Vazio. Vazio...
Não, não vou ficar aqui sozinha quando você se for. Não, não vou viver. Alguns talvez achem idiota, né? Deixar de viver por alguém que não te quer. Mas e quando esse alguém significa tudo? É o amigo que você confia. É a responsável que zela e cuida. É o amor que esquenta no frio, que ama. Me diz, qual sentido que tem tudo isso sem você? Pra quem eu vou mandar mensagem falando que fui bem no trabalho? Pra quem eu vou comprar chocolate e pão de queijo na volta do trabalho? Coisas pequenas, coisas fúteis, coisas inúteis. Coisas que tem todo o significado e importância do mundo pra mim.
Com você, nunca mais me senti, de fato, sozinha. Tenho alguém pra dar bom dia, tenho alguém pra dormir abraçado. Tenho alguém que cura os meus medos, e deixa um único, que é o medo de ter que aprender a viver sem. Não, não vou viver com esse vazio, com esse enjoo, com esse pedaço do peito faltando.
Pai, Tio, Avó, Mãe, Amigos. Desculpa. Não, eu não sou forte. Não, eu NUNCA fui. Feliz? Também nunca fui, até hoje. E depois de conhecer isso, não posso me permitir viver sem. Sempre chorei sozinha a noite. Sempre quis alguém que cuidasse de mim. Sempre quis amar alguém, como eu amo, e ser correspondida, como eu fui até agora. Nunca quis viver, de fato. Acho que desde a mais tenra idade, desejo partir para um outro mundo. Melhor, ou pior, tanto faz, só diferente desse. Covardia, coragem, não sei. E nem me importa. Na realidade, no momento, nada me importa.